O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (15/06) que o Poder Judiciário está começando a “esticar a corda” ao comentar inquéritos e ações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em entrevista à Band News, o presidente disse que há uma “constância em fustigar o governo” e citou ação que corre no TSE e analisa se houve benefício à chapa vencedora das eleições de 2018, em razão de um ataque a um grupo de mulheres contrárias a Bolsonaro, criado em uma rede social. Segundo Bolsonaro, “a denúncia não devia ser aceita”.
“Isso é inadmissível. Isso, no meu entender, é começar a esticar a corda, é começar a alimentar uma crise que não existe da nossa parte. Outra, como vou dar golpe se eu já sou o presidente da República? Se eu já sou o chefe supremo das Forças Armadas?”, disse o presidente.
A referência de Bolsonaro é a uma entrevista do inistro da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos, à revista Veja, na qual ele declara que o presidente nunca defendeu um golpe militar no país, mas alertou a oposição a “não esticar a corda”.
A declaração de Ramos foi resposta a um questionamento sobre a possibilidade de um golpe militar no Brasil. O ministro citou que foi instrutor da academia do Exército por vários anos e que formou boa parte dos comandantes da Força, mas que eles veem como ofensiva a narrativa de que as Forças Armadas vão romper com o regime democrático.
“O próprio presidente nunca pregou o golpe. Agora o outro lado tem de entender também o seguinte: não estica a corda”, disse o ministro.
Bolsonaro também comentou o inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), conhecido como “inquérito das fake news”, que apura ameaças a ministros da Corte e a disseminação de conteúdo falso na internet. O presidente lembrou que a ex-procurador-geral da República Raquel Dodge e o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, pediram o arquivamento da investigação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes.
“O inquérito serve para interesse dele [STF]. Ele é vitima, interroga, julga e condena. Isso tá à margem da legislação. Isso é um foco de atrito. Isso não soa bem no estado democrático de direito. Isso é um atrito que o STF tem que superar”, disse.
O presidente ainda disse que nunca provocou a Suprema Corte e que “não existe intervenção militar”. “Onde eu provoquei o STF? Onde eu fui origem de problema? Em manifestação, um cara com placa de AI-5, digno de pena essa pessoa. Não existe AI-5. É como intervenção militar [artigo] 142 [da Constituição]. Não existe intervenção. Nós, militares, somos os verdadeiros responsáveis pela democracia. Nós jamais cumpriríamos ordens absurdas, mas jamais aceitaríamos um julgamento político para destruir um presidente democraticamente eleito”, acrescentou.

Igo Estrela/Metrópoles

Michelle Bolsonaro e o mandatário do paísIgo Estrela/Metrópoles

Hugo Barreto/Metrópoles

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Rafaela Felicciano/Metrópoles

Myke Sena/Especial Metrópoles

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Presidente Jair Messias Bolsonaro cumprimenta apoiadores e fala com a imprensaRafaela Felicciano/Metrópoles

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